Mais abusadores

27/03/2019 20:20

Mais abusadores (Guru e Datena)

Guru Deva Nishok é investigado por abuso sexual

O guru de meditação e sexo tântrico Tadeu Horta, ou Deva Nishok, 61, é investigado por abusar sexualmente de uma voluntária da comunidade terapêutica que ele fundou e funciona em Itapeva, no interior de Minas. 

O Ministério Público de Minas apura o caso, e a Polícia Civil do estado instaurou inquérito. A Folha ouviu a ex-voluntária que originou o inquérito e outra terapeuta que diz ter sido assediada por Horta.

Procurado pela reportagem, Nishok disse desconhecer os episódios e exortou as acusadoras a apresentarem provas. 

O guru é famoso por ter criado um método de tantra que une meditação, espiritualidade e o que chama de processos energéticos de harmonização e cura. Seu site promete à pessoa acesso a seu lado divino por meio de massagens.

Em redes sociais, ele se apresenta como sannyasin (seguidor) do controverso líder espiritual Bhagwan Shree Rajneesh --o Osho, tema da série "Wild Wild Country" (Netflix).

Foi do centro de Osho   que Tadeu Horta recebeu o nome Deva Nishok. Além da Sadhana Comunna, um centro e pousada com cursos que variam de R$ 1.370 a R$ 8.900, a Rede Metamorfose tem cerca de 190 terapeutas associados e 35 espaços filiados pelo país.

Folha conversou por videochamada com a ex-voluntária que acusa Nishok de abuso. A estudante de psicologia de 24 anos diz ter trabalhado no local em 2018 por dez dias porque queria ser terapeuta. Ela pediu para ter o nome omitido por temer retaliação.

Segundo seu relato, Nishok a convidou para uma massagem. "Havia outras pessoas no lugar, e a expressão de todos foi de que [o convite] era uma honra, ele era o mestre."

Mas Nishok, diz ela, não seguiu as regras da massagem tântrica: há manipulação genitais, não sexo; o terapeuta usa luvas e segue medidas contra contaminação. Não se despe.

A estudante afirma que o guru pediu que ela tirasse a roupa e se deitasse. "Ele usava nomenclaturas que eu não entendia e, após algumas explicações, pôs a boca no meu genital." A técnica, chamada extrusão (sexo oral), só é usada em cursos entre casais, dizem terapeutas do Metamorfose. 

"Fiquei incomodada. Perguntei se não tinha outra forma, pedi para ele parar, mas ele disse que não tinha. Falou que ele era um mestre, que aquilo era uma oportunidade de aprendizado. E continuou."

Ela diz que começou a chorar muito e ficou rígida. "Depois, ele ficou nu e pediu para que eu tocasse nele. Falou que o pênis dele era um condutor de energia e, se eu o tocasse, ele ia poder medir a minha frequência e energia vital."

Diante da estudante nervosa, Nishok teria dito que a reação era traço de abuso sexual, "um trauma a ser desbloqueado". Sozinha na comunidade isolada, sem sinal de celular, ela afirma ter se achado vulnerável para reagir. Diz ter insistido para que Nishok parasse, o que ele teria feito só quando ela chorava muito. 

"Ele disse para eu não contar a ninguém e voltar em 72 horas."

Cinco testemunhas ouvidas pela Folha afirmam que a jovem deixou a sala de atendimento transfigurada. "A gente a ajudou a tomar banho, ela não se sustentava em pé, não conseguia falar, só chorar", disse a psicóloga Roberta Chaves, 32, então voluntária.

Outras duas mulheres afirmam que a estudante indagou se o ocorrido era parte de uma massagem tântrica normal. "Respondi: 'não'. Expliquei que, se há um não [do cliente], deixa de ser terapia", diz uma testemunha e terapeuta.

No site, o Metamorfose sublinha a necessidade de se respeitar o limite de quem recebe massagem para que a pessoa não se sinta invadida.

O educador ambiental Paulo Kroeff, 48, que gerenciou a Comunna por pouco mais de um ano e diz ter sido demitido após uma briga com Nishok, também ouviu a estudante. "Ela estava catatônica", afirma, acrescentando ter sugerido que ela registrasse boletim de ocorrência —ela o fez.

As três mulheres que testemunham nesse boletim foram entrevistadas pela Folha, bem como dez ex-voluntários e funcionários da Comunna e associados. Vários deles consideram Nishok agressivo. 

O caso chegou ao Ministério Público de Minas. "É bastante detalhado, instauramos procedimento para apurar. É uma situação difícil, porque as vítimas têm confiança no guru, acreditam que ele esteja fazendo o bem para elas", diz o promotor de Justiça em Camanducaia (MG), Emmanuel Levenhagen, titular do caso. 

Outras mulheres citadas como vítimas não quiseram falar com a reportagem alegando os tabus que cercam o tantra e a influência de Nishok. 

Uma fotógrafa de 33 anos que diz ter testemunhado o episódio e integra o movimento Coame (Combate ao Abuso no Meio Espiritual), de denúncias de violência sexual por líderes religiosos, alertou a reportagem para o caso.

A reportagem também conversou com uma ex-voluntária de 39 anos que afirma ter recebido convites sexuais de Nishok ao longo de 2016. 

"Tenho problema no joelho, e ele dizia que extrusão era boa para as articulações", afirmou, dizendo que o guru punha o convite como privilégio. Quando ela recusou as investidas, ele a acusou de roubar fundos e a expulsou, afirma.

​Na época das acusações contra o autodeclarado medium João de Deus, o MP-SP criou um email para denúncias, que continua ativo: somosmuitas@mpsp.mp.br  e  há também o email da promotoria de Camanducaia: pj1camanducaia@mpmg.mp.br. ​

Lido em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/03/guru-deva-nishok-e-investigado-por-abuso-sexual.shtml

Jornalista que acusa Datena de assédio sexual abandona a profissão

"Ele destruiu a minha vida". Ex-repórter do Brasil Urgente, jornalista apresenta quadro de depressão e pânico e abandona a profissão. Ela denuncia Datena por assédio sexual. Corporativismo da mídia impediu maior divulgação do caso

A jornalista Bruna Drews, de 35 anos, abandonou a profissão depois de ter denunciado o apresentador José Luiz Datena por assédio sexual. Bruna trabalhava como repórter do Brasil Urgente — programa comandado por Datena na Band.

Devido ao corporativismo da imprensa brasileira, as denúncias contra Datena — um veterano comunicador da televisão brasileira — não ganharam o devido destaque na mídia, sobretudo nas emissoras de TV.

Bruna entrou com uma representação no Ministério Público de São Paulo e está de licença médica desde o mês de julho de 2018, quando o assédio teria ocorrido.

A jornalista explicou que decidiu tornar o caso público e processar Datena porque apresentou um grave quadro de depressão e pânico depois do assédio. A denúncia foi protocolada em janeiro de 2019.

Na denúncia, a jornalista afirma que, durante um evento, Datena iniciou conversas inadequadas e uma testemunha afirma ter ouvido as palavras.

De acordo com Bruna, Datena teria afirmado que ela “não precisava emagrecer porque já era muito gostosa” e que o apresentador “teria se masturbado” pensando nela.

“Destruiu minha vida”

Bruna detalhou os assédios que teria sofrido do apresentador em um relato para a revista Glamour. Confira trechos do depoimento da jornalista:

Eu fui para a Band por conta do Luiz Bacci em 2014. Na época, ele iria ter um programa. Quando a atração acabou, eu e mais alguns profissionais fomos transferidos para o Brasil Urgente. Na época (2015), eu já escutava no corredor: ‘olha, o Datena não quer seu trabalho, quer você’. Eu não acreditava, achava papo furado.

Entretanto, assim que comecei a fazer matérias para o programa, percebi que ele me faltava o respeito no ar. Para você ter ideia, meus advogados guardaram matérias que saíram na mídia dizendo: ‘Datena pede repórter para balançar os peitos’ ou ‘Datena xaveca repórter’.

Teve uma vez que ele mandou o cinegrafista descer a câmera para mostrar meu corpo. Eu fiquei totalmente constrangida e até o operador me pedia desculpa depois dizendo que se ele não fizesse isso seria demitido.

“Brincadeiras”

Se eu não aceitasse (as “brincadeiras), eu perderia meu emprego. Então fui aguentando, dando risada… Por conta disso, virei a “queridinha” dele. Com isso, ele me mandava para pautas principais, aparentemente, porque valorizaram meu trabalho, mas não…

Em todas as matérias, sempre havia uma brincadeira de cunho sexual e até pessoas próximas a mim já comentavam. Quando ia à periferia gravar eu ouvia: ‘olha o lanchinho do Datena’. Isso me constrangia demais! Mas ele é tão grosso e machista que se pedisse para parar eu seria claramente demitida. Fui aguentando para manter o emprego.

Doença

Eu desenvolvi Síndrome do Pânico por viver diariamente questões policiais – cheguei a ser ameaçada por bandidos. Chegava a trabalhar 15 horas por dia. Me afastei da emissora durante três meses e, quando voltei, eu expliquei ao Datena que tomava remédios para a síndrome, e ele me dizia que era frescura.

Comecei a trabalhar no ‘Agora com Datena’ e a promessa era que eu faria matérias leves, de comportamento e não entraria mais ao vivo com o apresentador. Mas isso não aconteceu. Os assédios continuaram no ar, e aguentei firme e forte por mais um ano. Mas, depois do assédio presencial, eu caí na real porque me sentia um lixo como mulher. Ele gostava de mim não pelo meu trabalho, e sim pelo meu corpo.

O estopim

O estopim foi em uma confraternização no Boteco do Tonico, amigo do Datena. Era ali que ele sempre se encontrava com políticos, delegados. Ele convidou cerca de 10 pessoas, tinha a assistente de palco, a camareira, amigos dele. Em certo momento, estávamos sentados à mesa quando a Bruna Tobias, assistente de palco, se levantou para ir embora.

Quando ela saiu, Datena olha pra mim e diz: ‘Bruna, eu vim aqui nessa confraternização com uma única intenção, comer a assistente de palco, mas como ela foi embora, acho que é hora da gente conversar’. Ele falou sério mesmo, sem brincadeiras e com pessoas do lado escutando.

Datena continuou: ‘Eu acho que você está doente porque você emagreceu muito’. Eu, então, respondi: ‘É o trabalho, correria, a gente acaba emagrecendo mesmo’. Ele emendou: ‘Mas você era muito gostosa antes, você tem que voltar a ser gostosa porque eu batia punheta pra você todos os dias, antes e depois do programa. Você não tem ideia de quanta punheta eu já bati pra você’.

Datena falou isso na frente das 5 pessoas que estavam na mesa. Elas estavam claramente constrangidas. Eu dei uma risadinha e tentei mudar de assunto. Mas ele seguia: ‘Não estou brincando. Você não sabe o número de punheta que eu batia… Tem que voltar a ser gostosa, agora você está magrela’.

Nesse momento, Mauricio Staut, amigo pessoal e coordenador de Links da Band, levanta-se, coloca a mão no ombro do Datena e fala: ‘Menos, você está exagerando’. Ele disse que não e pediu mais um uísque.

Quem é da Band tem medo de falar! Somente uma pessoa que estava ali topou testemunhar ao meu favor por achar a situação grotesca e nojenta. Tentei ir embora, mas ele só permitiu com uma condição: se o delegado amigo dele me deixasse em casa. Ele falava: ‘Eu mando aqui’. Conclusão: fui para casa constrangida ao lado de um policial tendo bebido apenas uma cerveja.

Agora ele afirma que não tenho saúde mental e que estou delirando. Eu não estava bêbada. Típico de quem vai se defender por ter mulher e filho. Precisei de coragem para fazer isso porque a acusação destrói a minha carreira.

Fiquei tão doente depois do episódio e por já ter a Síndrome do Pânico eu não consegui voltar mais à Band. Comecei a ter ataques de pânico ao entrar na emissora. Encontrava com ele e gelava. Eu tremia, chorava, recorria a colegas para me acalmar. Muitas amigas minhas que me apoiam hoje me falam: ‘Vimos o quanto você sofreu e precisa mesmo calar a boca dessa cara’.

A Band e o Datena destruíram minha carreira e hoje não tenho condições de trabalhar como repórter, eu joguei a toalha e denunciei. Sei que o Datena vai ser condenado a pagar cestas básicas, não vou ganhar um real com essa história, só criticas e sofrimento, mas não vou ficar calada. Ainda vai aparecer muita mulher que passou pela mesma situação com ele.

Meu pai

Me conscientizei que as mulheres não precisam passar por isso. Quando você sofre um assédio, no primeiro momento você não entende. Eu guardei aquilo pra mim durante um mês, me arrastando, até que contei para o meu pai. Ele me disse: ‘Filha isso não se fala nem para prostituta’.

Só quem sente na pele sabe… No início você se sente um lixo, um nojo, e às vezes se culpa por isso. Pensei: ‘O que será que fiz? Será que dei alguma brecha? ‘. As mulheres não podem fazer isso. Todo nosso valor acaba a partir do momento que seu chefe de chama de ‘gostosa’, você perde o valor como profissional.

Datena se posiciona

O apresentador negou as acusações. Segundo ele, testemunhas não confirmaram qualquer conversa de teor sexual entre ele e Bruna.

“Eu disse que ela era muito bonita e que não precisava emagrecer porque ela já era competente. Tirando isso, todo o resto é mentira, calúnia e delírio”, afirma o apresentador.

“A verdade vai aparecer. Não vou falar muito sobre isso, porque quem vai decidir isso primeiro é Deus, depois é a Justiça dos homens. Não tenha dúvida absolutamente nenhuma sobre isso”, acrescentou Datena.

Os advogados de Datena afirmaram que as “providências legais” já estão sendo tomadas.

Nas redes sociais, uma jovem que trabalhou na Band disse já ter sofrido assédio na emissora e declarou apoio a Bruna.

Lido em: https://www.pragmatismopolitico.com.br/2019/03/jornalista-bruna-drews-datena-assedio.html

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