O Cativeiro Invisível

16/06/2018 22:12

Consciência das Massas

Na trilogia “Matrix”, o enredo dos filmes mostra um mundo irreal que foi colocado diante dos olhos das pessoas para que elas não vejam a verdade. E a verdade é que elas nasceram num cativeiro, são escravas de um sistema que as produziu para que se tornassem geradoras de energias para as máquinas, funcionando como pilhas humanas. Um mundo controlado por computadores.

O filme mostra pessoas humanas vivendo vidas forjadas em programas avançados de computadores, acreditando que essa é a vida real. O poder controlador é invisível a elas. Cada pessoa é controlada, embora acredite que é livre. Não percebe que a realidade que está colocada diante de si é artificial e atende aos objetivos do comando central. Os homens vivem numa prisão que não conseguem sentir ou tocar, uma prisão onde suas mentes são cativas.

Numa das cenas, Morfeu explica a Neo: “Você precisa entender que a maior parte dessas pessoas não está pronta para acordar. Tão dependentes do sistema elas estão, que vão lutar para protegê-lo...” Podemos compreender o conceito de consciência das massas por meio desse filme.

A consciência das massas

De modo geral, as pessoas vivem inconscientes, seguindo os padrões ditados pela sociedade, sem refletir sobre eles. Elas pautam suas vidas no que é considerado certo, desejável. Constroem seus mundos de acordo com o que aprendem que se deve construir. Sem questionar a veracidade daquilo que lhes é transmitido como real, elas passam suas vidas e morrem em estado de inconsciência, sem conseguir perceber que estão presas numa prisão invisível, imposta. Essa prisão é tudo o que veem à sua volta. Para elas, não há vida fora dos limites que conhecem e seus olhos não conseguem ver o que está além do que lhes é mostrado como real. Estão presas e cegas, dentro do cativeiro forjado pela consciência das massas.

A consciência das massas é a consciência coletiva da raça humana. Representa o denominador comum da espécie humana em termos de valores e conceitos. Como a maioria dos homens ainda está num estado bem primitivo de evolução espiritual, a consciência coletiva da humanidade vibra numa frequência bastante baixa.

Existem muitas pessoas cujos elevados valores ultrapassam a média do que a humanidade conquistou. Para elas, a consciência das massas torna-se um grande peso e também um limite para suas ações, como algemas impedindo os movimentos. São, muitas vezes, levadas a adotar o padrão da consciência das massas, e isso exerce uma pressão contrária ao desejo de suas almas. A própria educação que receberam quando crianças pode ter exercido sobre elas forte influência, limitando as suas possibilidades natas.

Sentem muitas vezes que estão remando contra a corrente e não raro desenvolvem um sentimento de que estão no mundo errado. Essas pessoas, cujas consciências estão além da média da consciência coletiva, podem sentir-se aprisionadas pela limitação da visão dos que estão à sua volta. No entanto, tentarão influenciar positivamente seu meio, e graças a elas, aos poucos, a humanidade vai acessando formas mais dignas de viver.

Um manual para ser seguido

O homem criou um mundo no qual estabeleceu uma escala de valores. Como, há muito, esqueceu-se dos elevados padrões segundo os quais foi criado, ao construir o mundo à sua imagem e semelhança, não levou em conta os conceitos divinos concebidos para a sua raça. A humanidade, no seu estado decadente, projetou no mundo o que havia no seu íntimo, e por isso, retratou no mundo externo o que habita o seu interior.

A humanidade criou, ao longo do tempo, algo semelhante a um manual sobre a vida. Nesse manual invisível, escrito pela coletividade e aceito como expressão do que é a verdade, estabeleceu-se tudo o que é considerado essencial para se viver e a forma que a vida precisa tomar. Um manual para ser seguido por todos. Se quisermos saber a opinião geral dos homens a respeito de qualquer coisa, ele é o lugar mais seguro para se pesquisar.

De tempos em tempos, são feitas reformas nesse manual, atualizações de itens que são considerados ultrapassados, segundo a mais recente opinião coletiva. Tendo sido reformado, considera-se obsoleto o que estava escrito antes e a novidade entra em vigor imediatamente. A humanidade é altamente influenciável pelo que está escrito nesse manual invisível e todos procuram viver de acordo com suas regras para não ser proscrito do seu grupo.

Nesse manual, define-se o valor de cada coisa sob o céu e detalhes culturalmente desejáveis são minuciosamente descritos. Há regras muito sofisticadas e outras, pouco compreensíveis. Essas regras mudam de grupo para grupo, dificultando a comunicação e o entendimento entre grupos diferentes, embora haja, atualmente, a tendência para a globalização dessas formas de conceituar a vida.  

Verdades e Mentiras   

No manual da consciência das massas, muitas mentiras são consideradas verdades e muitas verdades são consideradas mentiras. Muitas mentiras nos foram contadas ao longo do tempo, com ares de verdade e muitas verdades foram ocultadas da nossa consciência.

Aquilo que é diferente do que está estabelecido pela consciência das massas é entendido como fantasia, se a verdade que é revelada em toda a sua maravilha, estiver além dos contornos sombrios que os homens criaram. E é entendido como um despropósito, algo completamente fora de questão, um absurdo, se for contrário à opinião coletiva, que nesse caso, entenderia a verdade como algo que cerceia sua discutível liberdade.

Os conceitos que a consciência das massas tem sobre a vida foram construídos pelo próprio homem e necessariamente não expressam a verdade. Mas o que está estabelecido pela consciência das massas torna-se a verdade para os homens que vivem sob sua influência.

Já o verdadeiro ensinamento espiritual é algo transcendente, além dessas formas criadas pela humanidade e registradas nesse manual invisível. Não foi escrito pelos homens, nem atende a uma determinada cultura. É algo eterno e imutável. Não está sujeito a modismos nem a votações em plenário, nem muda se a maioria decidir que deve ser mudado. Pode agradar ou desagradar. Na verdade, o homem, que mal sabe sobre as leis espirituais, tenta muitas vezes se livrar delas, sem êxito. Mas ele não tem poder para mudar tal lei, porque essa lei divina transcende a própria existência da humanidade e da Terra.

Os conceitos divinos para a humanidade e para a vida não podem ser reduzidos a uma fórmula que seja agradável ao ego humano e facilmente aceita pela consciência das massas. A lei divina é imparcial, não recua nem muda perante as opiniões dos homens. Ela precedeu o homem e se manterá invulnerável aos seus desejos. Sua atuação é inexorável. Na nossa insignificante consciência, podemos nos rebelar contra algo assim tão forte e até mesmo interpretar sua presença como um castigo. Mas isso apenas demonstra quão pouco sabemos sobre algo tão grandiosamente perfeito e tão amorosamente concebido.

A vida humana atende a uma necessidade específica da evolução do ser. Há outras formas de vida que estão além da forma que conhecemos. Nossa inteligência, nossa percepção, captam apenas uma pequena parcela do que se passa no universo. Há mundos paralelos. Há vida evoluindo tanto no microcosmo, quanto no macrocosmo. Quase nada conhecemos sobre a realidade. Não temos, portanto, como legislar com proficiência sobre ela.

Diante da consciência divina, que abarca cosmos e eternidades, a consciência das massas é um reduto de marginalidade, uma cela de prisão para onde se entra por vontade própria. Embora dentro dessas paredes apertadas da cela individual e coletiva a vida esteja tão restrita, lá fora, tão perto, o horizonte estende-se em todas as direções, desenrolando ao olhar de quem o busca, imensidões dentro de imensidões, liberdade, amor imensurável.

Tirando o véu

Existe um conceito imaculado para a espécie humana. Os homens se esqueceram dele e estão entretidos, construindo um mundo à parte, sombrio e infeliz, embora não percebam isso.

O conceito imaculado, o ideal divino para o homem é algo de que não se fala, que em geral não se busca. No entanto, assim como toda obra é precedida por um plano, também há um plano, uma matriz, perfeita para a condição humana, que, sendo manifestada, dá a ele infinitas possibilidades de realização e plenitude.

O Ensinamento da Grande Fraternidade Branca vem tirar as vendas dos nossos olhos. Vem contar o que esconderam de nós, desfazer a ilusão. Vem mostrar a realidade.

No entanto, muitas vezes, ao se revelar um falso conceito que por muito tempo foi entendido como verdadeiro, as pessoas ficam perplexas, confusas, atordoadas. Resistem em acordar. O seu “bom” e “velho” mundo, tão conhecido, sua única referência, fica ameaçado. A maioria não consegue tirar os óculos escuros ou a venda dos olhos. A luz do sol poderia ser muito forte para quem esteve durante muito tempo na escuridão do cárcere.

O Ensinamento vem tirar o véu e revelar o que foi ocultado de nós. Mas não há como revelar a mentira para quem não tem ainda a visão purificada, porque a consciência das massas exerceria um forte magnetismo sobre o entendimento, impedindo a pessoa de compreender a verdade. Por isso, antes de conhecer o que lhe foi ocultado, é preciso passar por uma purificação dos sentidos espirituais.

A revelação da realidade se dá aos poucos. Há camadas debaixo de camadas de realidade, a serem reveladas. A primeira camada, ao aparecer, mostra uma parte da verdade, uma parte da realidade. Mas à medida que avançamos, vamos tendo acesso a outras camadas mais profundas. É um processo libertador. Mas para entrar nele, precisamos ter amor à verdade, coragem para confrontar e rever conceitos há muito enraizados, determinação para continuar seguindo, apesar de tudo, até que as brumas tenham sido desfeitas e a paisagem oculta se apresente diante de nossos olhos.

Muitos Ensinamentos afirmam o contrário do que nos ensinaram. O estudante leva um susto, inicialmente, e a reação mais comum é um impulso em defesa do conceito que está sendo exposto como falso. Frases feitas, justificativas também prontas, pensamentos e argumentações já previsíveis, aparecem imediatamente no seu íntimo, numa tentativa de afastar aquela estranha verdade.

Chamamos a atenção para este assunto, a fim de que o estudante identifique no seu íntimo a luta que é travada entre o que a consciência das massas definiu como verdade e o que de fato é a verdade.

Muitas vezes o Ensinamento incomoda por levar a pessoa a refletir sobre situações que lhe parecem confortáveis, mas que a leva para muito longe da sua realização divina. Outras vezes, o Ensinamento é taxativo e contrário ao que uma pessoa gostaria de ouvir. Fica a critério de cada um abrir o coração para desvendar esse mundo pouco conhecido da realidade espiritual.

Enquanto estivermos presos à consciência das massas, tomaremos decisões que nos levam para muito longe de Deus. Um dia, teremos de fazer o caminho de volta a Ele e para isso, precisaremos desfazer tudo o que é irreal.

Quando abrimos nossos olhos para a realidade espiritual, percebemos primeiramente o cativeiro, que antes era invisível. Em seguida, observamos que a porta sempre esteve aberta para quem quisesse sair dele. Então, o próximo passo poderá ser, simplesmente, sair.

Copyright © 2016 do autor. Todos os direitos desta edição são reservados ao Instituto Aura Mater. Esse material está protegido pela lei de direitos autorais, o que nos reserva o direito de não permitir a sua reprodução para fins de comercialização de qualquer espécie.

Fonte: www.auramater.com.br  

Lido em... https://www.auramater.com.br/paginas.aspx?p=05.1_-_consciencia_das_massas

16.6.18

  

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* Reconheço que tenho um lugar no plano divino, onde me encaixo perfeitamente e o estou ativando agora!

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